sábado, 28 de junho de 2008



Ver vendo...


De tanto ver, a gente banaliza o olhar;

Vê...não vendo.

Experimente ver, pela primeira vez, o que você vê todo dia, sem ver.

Parece fácil, mas não é;

O que nos cerca, o que nos é familiar, já não desperta curiosidade.

O campo visual da nossa retina é como um vazio.

Você sai todos os dias, pela mesma porta...

Se alguém lhe perguntar o que vê no caminho, você não sabe.

O hábito suja os olhos e baixa a voltagem.

Mas há sempre o que ver: Gente, coisas, bichos. E vemos?

Não, não vemos.

Uma criança vê o que um adulto não vê.

Tem olhos atentos e limpos para o espetáculo do mundo.

O poeta é capaz de de ver pela primeira vez, o que, de tão visto, ninguém vê.

Há pai que raramente vê o próprio filho.

Marido que nunca viu a própria esposa.

Nossos olhos se gastam no dia-a-dia, opacos.

...É por aí que se instala o "monstro da indiferênça".

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